A tecnologia é essencial no enfrentamento dos desafios da atividade da construção civil

Por meio da industrialização e inteligência artificial a construção civil pode evoluir no enfrentamento de grandes desafios como o da produtividade, assertividade em projetos, redução de custos e cronograma de obras, e formação e atração de mão de obra.
Os avanços tecnológicos foram temas fortemente debatidos durante o 100º Encontro Nacional da Indústria da Construção, realizado de 8 a 11 de abril em São Paulo. O presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum, acompanhado dos vice-presidentes Narciso Alexandre Silva, Rafael Lonzetti, Rafael Garcia, Ricardo Michelon e Roberto Sukster, participaram do grande evento da construção e no dia 5 de maio, em Reunião Almoço na sede do Sinduscon-RS, relataram aos associados os principais temas abordados, além das perspectivas e desafios a serem enfrentados pela atividade ao longo deste ano.
O presidente Claudio Teitelbaum foi mediador no ENIC do painel Reconstrução X Industrialização, oportunidade em que apresentou o case da Entidade com ênfase à ação SOS Chuvas – Enchente RS que culminou com a construção de 51 habitações provisórias no Vale do Taquari entregues em abril de 2024 e com 31 casas definitivas que deverão ser doadas à Prefeitura de Porto Alegre em julho deste ano, beneficiando uma parte da população que perdeu seus lares com as enchentes. Ressaltou que as casas definitivas na capital estão sendo executadas por meio da construção modular, o que permite a construção de uma unidade em até dois dias. Especialistas afirmam haver um crescimento expressivo na construção de casas pré-fabricadas, mas que muito ainda precisa ser trabalhado na questão da integração entre sistemas e fornecedores, enfim, entre toda a cadeia produtiva.
O vice-presidente Rafael Garcia focou sua explanação em um dos grandes desafios de 2025: a restrição de funding imobiliário. Com a alta da taxa da Selic, os depósitos da caderneta de poupança vêm reduzindo, gerando dúvida sobre o atual modelo de crédito imobiliário. Faz-se necessário discutirmos novas fontes de recursos, priorizando o mercado de capitais. “A composição do funding tem apresentado alterações , com a caderneta de poupança perdendo espaço, mas há muito o que se fazer no sentido de não se desenfrear o mercado imobiliário”, afirma.
A inteligência artificial foi muito comentada pelo vice-presidente Narciso Alexandre Silva. Trata-se de uma revolução tecnológica que transformará a construção civil, desde a concepção até a execução e manutenção das obras. O uso do BIM (Building Information Modeling), a automação, sistemas que otimizam a gestão de insumos e de mão de obra vão impactar em áreas de extrema relevância do setor como sustentabilidade, produtividade, engenharia financeira, minimizando, inclusive, retrabalhos através de uma maior assertividade. O surgimento dos “canteiros digitais” podem tornar nossa atividade mais interessante na atração e fidelização de trabalhadores. “A IA é uma ferramenta essencial para a inovação e competitividade do setor”, concluiu Silva.
O vice-presidente Roberto Sukster, enfatizou a industrialização como a solução para grandes entraves da atividade da construção. Mas ainda há a necessidade da criação de legislações e normatizações que possibilitem o avanço das novas tecnologias que surgem. “Os canteiros inteligentes e a gestão integrada são caminhos facilitadores e essenciais na busca de obras mais eficientes”, destaca.
A escassez da mão de obra e a falta de atratividade para a entrada de novos trabalhadores na construção também foram temas do 100º Enic trazidos à reunião almoço do Sinduscon-RS pelos vice-presidentes Ricardo Michelon e Rafael Lonzetti. Michelon, também vice-presidente da CBIC, relatou importantes ações da Câmara como o Plano Nacional de Capacitação da Construção Civil, a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Indústria da Construção (CANPAT 2025). Convidou as empresas presentes a participarem de uma ação conjunta entre a CBIC e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), que objetiva reduzir o número de postos de trabalho vagos no setor da construção civil. A proposta busca conectar trabalhadores de baixa renda, inscritos no Cadastro Único do governo federal, às oportunidades de emprego oferecidas pelas empresas do setor. “É importante a participação das empresas no mapeamento de vagas disponíveis. A proposta é conectar os trabalhadores de baixa renda, inscritos no Cadastro Único do Governo Federal às oportunidade de empregos oferecidas pelo setor.
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O vice-presidente Rafael Lozetti abordou os principais destaques da pauta patronal do Sinduscon-RS nas negociações coletivas a exemplo da defesa do pleno direito de oposição dos trabalhadores a contribuição assistencial. Solicitou que os presentes encaminhassem ao juridico@sinduscon-rs.com.br sugestões para inclusão ou exclusão de cláusulas na Convenção.
São patrocinadores do projeto Reunião Almoço Sinduscon-RS 2025 o Banrisul, a Gerdau, a Tintas Killing e a Sulgás. O Sistema Fiergs é apoiador.
Neste ano, o Sinduscon-RS firmou parceria com a Fundação Gaúcha de Bancos Sociais e Banco de Alimentos. No evento de 5 de maio foram doados cerca de 60kg às instituições que beneficiarão pessoas em situação vulnerável.