Quintas da CBIC abordou o tema reforma tributária na construção

 Quintas da CBIC abordou o tema reforma tributária na construção

A partir de 2026, o Brasil vai passar por mudanças com a reforma tributária. Para explicar o processo e sanar dúvidas sobre como o novo modelo afeta o setor da construção, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Ecossistema Sienge debateram sobre o tema no Quintas da CBIC do dia 11 de setembro, numa live.

“A reforma tributária é a maior reforma estrutural feita no Brasil desde da Constituição de 88”, apontou Fernando Guedes Ferreira Filho, presidente executivo da CBIC. O novo cenário deve demandar alguns pontos importantes para os empresários do setor, segundo o advogado. “Essa sofisticação da reforma vai demandar: formalização, ou seja, se eu tenho direito a crédito eu tenho que ter nota fiscal e controle no pagamento e a industrialização para modernização dos processos”.

No ano que vem, algumas mudanças já vão começar. Para o conselheiro estratégico do Ecossistema Sienge, Fabrício Schveitzer, a expectativa é positiva, mas requer atenção. “As mudanças implicam certa instabilidade, mas a gente sonhava com reforma tributária há tempo. O Brasil passa a ter um sistema mais transparente, com um período de adaptação, acredito que em pouco tempo a nossa cadeia vai estar ajustada. Se a reforma for bem-sucedida, ela pode trazer um grau de desenvolvimento econômico que vai respingar diretamente no nosso setor”, destacou.

Já o diretor executivo do Ecossistema Sienge, Cristiano Gregorius, reforçou a importância do planejamento imediato. “A reforma chega como um grande facilitador, reduzindo a carga operacional para o mercado em geral. Mas 2026 é praticamente depois de amanhã e esse período de teste exige que cada empresa entenda desde já o impacto no seu negócio”, explicou Gregorius. “Todos os custos ao longo da cadeia passam a ser creditados, o imposto incide apenas sobre o valor agregado e isso nos obriga a reavaliar modelos de negócio”.

A transição tributária começa em 2026 com a implementação em fase de teste do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). O sistema anterior permanece até 2032, o que reforça a necessidade de adaptação gradual.

Entre os temas que mais geram dúvidas no setor está o futuro do Regime Especial de Tributação (RET), se será necessário esperar até 2028 ou 2029 para sair do modelo atual ou se a transição pode ser feita antes. Segundo os especialistas, é preciso avaliar cada situação, já que cada obra varia conforme a estrutura de custos e o uso de mão de obra direta ou indireta em cada projeto, por exemplo.

Além disso, os membros da Sienge destacaram que a reforma terá impactos diretos na cadeia de suprimentos, na precificação e na adoção do de um novo método de pagamento: o split payment. Para enfrentar essas mudanças, as empresas precisarão investir em mapeamento de cadeia, modelagem financeira, tecnologia de gestão e capacitação de equipes.

“Sem um sistema de gestão atualizado, dificilmente será possível manter o negócio viável. Hoje, muitas empresas ainda operam em planilhas, mas o cenário que se desenha exige ferramentas modernas e preparo técnico”, completou Gregorius.

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