Seminário sobre planejamento de obras atraiu mais de 140 participantes em Porto Alegre
A PINI realizou no dia 12 de novembro, em Porto Alegre, o seminário “Planejamento de Obras na Construção Civil”. O evento foi realizado na sede do Sinduscon-RS, com o apoio da entidade e contou com mais de 140 participantes. O objetivo do seminário, como destacou o programa, foi mostrar que as “inovações tecnológicas são bem-vindas mas que a essência da engenharia continua sendo o planejamento”. Na oportunidade foram apresentados cases e conceitos como Lean Construction e Lean Production.
O seminário gravado estará disponível para visualização online a partir do dia 15 de dezembro na Loja da PINI.
Palestras
O evento foi aberto com a palestra do engenheiro Roberto Sukster, diretor adjunto de planejamento da Nex Group, construtora com atuação na grande Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Gravataí e em Florinópolis-SC. Sukster mostrou as ferramentas utilizadas pela Nex Group para planejamento de obras, com ênfase em diferentes fases. Explicou a parceria com o Núcleo Orientado de Inovação na Construção Civil para controle integrado da produção. A construtora começa também a ampliar o uso do BIM (Building Information Modeling) para detecção de eventuais problemas (clash detection).
O seminário prosseguiu com a apresentação da engenheira Abla Akkari, da consultoria Akkari Costa, que atua em obras em todo território nacional e no exterior. Abla organizou sua apresentação com base em casos reais de obras que demandaram principalmente o planejamento da mão de obra em função de sazonalidades e escassez de recursos locais. Numa tabela em que mostrou diversos problemas e as soluções adotadas, ressaltou principalmente falhas na elaboração dos cronogramas, em que geralmente se estipulam datas inexequíveis.
Uma das maiores autoridades no País em Lean Construction, Antonio Sergio Itri Conte, presidente do Lean Construction Institute do Brasil, falou sobre o planejamento e a gestão de obras rápidas, principalmente com foco na produtividade e no conceito de terminalidade das tarefas. Conte comparou diferentes estratégias para redução de prazo de tarefas para mostrar como o conceito de ciclos, em que uma mesma equipe transita por tarefas diferentes, pode oferecer uma organização de trabalho mais produtiva. Mostrou ainda os ganhos de produtividade conseguidos nas etapas de estrutura e alvenaria das obras de uma unidade do hotel Golden Flat.
A Lean Production foi o tema do professor e consultor Carlos Torres Formoso, do Norie-UFRGS. O Núcleo de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul acumula mais de 60 parcerias com empresas do estado desde 1993. Os pilares básicos da Lean Production são a gestão da qualidade através da padronização e melhoria e o Just in Time, que prioriza a redução de estoques e a produção enxuta. Formoso destacou o que passou a se convencionar em algumas empresas como pré-engenharia, cujo estudo visa radicalizar a industrialização, reduzir espaços e melhorar a organização do canteiro, além de dar grande ênfase ao encadeamento de tarefas e melhoria dos processos de transporte interno. O professor destacou ainda a necessidade de comunicação visual do planejamento em toda a obra, através de gráficos de fácil compreensão e recursos como o BIM. Formoso mostrou rapidamente a linha de produção de casas pré-fabricadas da Toyota Homes, que possuem alto nível de industrialização para entrega seriada.
O seminário foi encerrado com a apresentação do engenheiro Cesar Goldenfum, quem em mais de 25 anos de atividade profissional passou por diversas construtoras dentro e fora do estado, trabalhando em obras residenciais, comerciais e industriais. Embora sua apresentação não tenha destoado das demais, reforçando a importância do planejamento nas suas diversas fases, Goldenfum mostrou ser praticamente impossível que parte do planejamento não aconteça dentro da obra, em função de prazos irreais, problemas de abastecimento, mão de obra, incompatibilidades de sistemas não detectadas e outros imprevistos. Cesar listou também uma série de mitos na construção que atrapalham o planejamento, como superestimar a capacidade de certos engenheiros de “tocar a obra”, atribuindo o sucesso ou fracasso não a um conjunto de fatores e um trabalho de equipe mas sim na competência do gestor.
