Industrialização da construção ganha força e aponta soluções para os desafios do setor

 Industrialização da construção ganha força e aponta soluções para os desafios do setor

A industrialização da construção vem se consolidando como resposta rápida e eficiente aos principais gargalos do setor, como baixa produtividade, longos prazos de execução e escassez de mão de obra. O modelo industrializado permite uma construção mais limpa, com maior previsibilidade, qualidade e atratividade, que já vem sendo aplicada em prédios comerciais, parques industriais, hospitais, escolas e casas unifamiliares – e que tende a ganhar cada vez mais espaço também em edificações residenciais.

Uma das novidades foi apresentada pela Brasil ao Cubo, que está desenvolvendo um projeto piloto em Tubarão (SC), dentro do programa Minha Casa Minha Vida. Trata-se da construção de torres residenciais de seis andares, com prazo de entrega reduzido para apenas seis meses – um marco de agilidade e inovação para o setor.

Esse exemplo foi debatido durante o Seminário da Industrialização na Construção, realizado na sede do Sinduscon-RS, em parceria com a Asbea-RS. O evento reuniu especialistas e lideranças do setor para discutir soluções, experiências e caminhos para ampliar a adoção da industrialização no Brasil.

Depoimentos

Roberto Sukster, vice-presidente do Sinduscon-RS
“Este evento é superimportante principalmente pela questão de que a industrialização ganha um novo momento no Brasil diante da necessidade de se aumentar a produtividade e minimizar os efeitos da falta de mão de obra. A única forma de superar estes desafios é por meio da industrialização da construção civil. A Brasil ao Cubo traz uma novidade importante para o mercado, que espero que sirva de exemplo a outras empresas.”

Raquel Hagen, presidente da Asbea-RS
“O seminário da industrialização na construção civil é um evento anual, que sempre traz novidades em termos de materiais e acabamentos. A industrialização é irreversível para o setor, especialmente diante do desafio da falta de mão de obra. Ainda existe a percepção equivocada de que novos sistemas construtivos não são aceitos pelo cliente ou implicam custos mais altos. Este evento ajuda a desmistificar esses mitos.”

Vicente Brandão, diretor da AsBea-RS e idealizador do seminário

“o evento concentrou-se em madeira engenheirada, construção modular e sistemas de painéis e fachadas ventiladas. Segundo ele, o seminário tem como propósito apresentar soluções inovadoras e sustentáveis, oferecendo uma visão de futuro e contribuindo para obras e projetos no Rio Grande do Sul.”

Jonathan Degani, engenheiro da Brasil ao Cubo
“Somos pioneiros no setor modular no Brasil e conseguimos evoluir de uma fabricação mais artesanal para uma produção em larga escala, utilizando a filosofia lean. Neste momento, estamos direcionando esforços para o segmento residencial, com destaque para edifícios de múltiplos pavimentos no Minha Casa Minha Vida. Nosso projeto piloto em Tubarão prevê seis torres, com entregas em apenas seis meses, e queremos expandir para regiões como o Rio Grande do Sul.”

Hélio Olga, sócio fundador da Ita Engenharia em Madeira
“A madeira engenheirada é o material da construção do século XXI. Além de suas aplicações estruturais em prédios, ginásios e pontes, contribui para a sustentabilidade, pois sequestra CO₂, reduz desperdícios e acelera a execução das obras. O desafio é formar mão de obra qualificada e vencer resistências culturais. A fase de projeto é essencial para garantir a implementação adequada.”

William Medeiros, diretor técnico de vendas e marketing da STO
“Estamos apresentando uma solução consolidada, já testada nos Estados Unidos e na Europa, com painéis ultraleves em light steel frame e isolamento contínuo. Essa tecnologia permite obras rápidas e seguras, principalmente em escolas privadas. Para o mercado residencial, um dos entraves ainda é a forma de medição e financiamento, já que a produção ocorre em fábrica. Se isso mudar, muda o jogo.”

O evento contou com o patrocínio da Hunter Douglas e STO e apoio do Banrisul e Fiergs.

 

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