A industrialização da construção civil é um caminho sem volta
A Webinar, Fórum da Inovação, realizado no dia 17 de junho, apresentou o case Hospital de Porto Alegre, uma obra complexa que foi entregue em 28 dias, em função da Pandemia, que ficará de legado à Capital gaúcha.
Defendendo a industrialização como um caminho sem volta, O CEO da Brasil ao Cubo, Ricardo Mateus é um defensor da construção off-site. Durante a COVID-19, pôde aplicar toda a sua cultura em benefício da engenharia brasileira. O case Hospital de Porto Alegre, anexo ao Hospital Independência, foi entre em 28 dias, possibilitando a disponibilização de 60 novos leitos neste momento da Pandemia. A Brasil ao Cubo, segundo Mateus, é uma fábrica de obras, executando o produto de ponta a ponta (projeto arquitetônico, de engenharia, fabricação, logística, montagem e acabamento) dentro do seu parque industrial. Depois da atuação em hospitais e unidades comerciais e industriais, a empresa começará a atuar fortemente em residência de alto padrão ainda este ano, prevendo a primeira entrega para outubro.
A obra Hospital de Porto Alegre contou com a parceria da Tecverde, que também participou da Webinar Fórum da Inovação, através de José Marcio Fernandes, co-founder da empresa. Com 10 anos de fundação os desafios no cumprimento de sua missão, de transformar o setor da construção civil através da industrialização, são enormes. Mas a experiência de Fernandes de 17 anos na indústria automobilística tem servido de inspiração. Como única empresa brasileira homologada para construção de prédios e casas com tecnologia industrializada à seco, conseguiu atuação em programas de alta escala como o Minha casa Minha Vida e acesso a financiamentos em diferentes instituições bancárias. Mais de 4 mil residências já foram entregues pela empresa. Nos projetos dos hospitais em parceria com a Brasil ao Cubo, todos os modelos foram incluídos dentro da plataforma de engenharia, que reuniam profissionais das duas empresas, em projetos BIM, ferramenta essencial para a entrega em tempo recorde das obras. Foram seis dias corridos entre a montagem de um módulo e sua entrega à Brasil ao Cubo para finalização. “A beleza da construção “off-site” é que você consegue planejar e fazer ajustes, quando necessário, com uma brevidade maior do que na construção convencional. O segredo está na solução ser pensada de forma industrial, padronizada e em larga escala,”concluiu.
A coordenadora de atendimento técnico da Gerdau, Rosane Bevilaquia, falou sobre soluções para a industrialização da construção. Apresentaou números relevantes do setor como participação de 13% no PIB Mundial, movimento em 2017 de US$ 10,3 trilhões e a de que em 2025, a depender dos efeitos da COVID-19, este número seja próximo de US$ 14 trilhões. Com base no déficit habitacional mundial, estima-se que cerca de 1 bilhão de moradias devem ser construídas até 2025. Porém, a mesma relevância não está registrada na questão da produtividade quando comparada com outros segmentos produtivos. “Nas últimas décadas a produtividade global na construção civil permaneceu praticamente estagnada, um crescimento de 2% ao ano, enquanto a média geral foi de 2,7% ao ano”. No Brasil, a diferença é mais acentuada. Em 2011, último número registrado, houve decréscimo na ordem de 1, 2% ao ano. “O grande desafio da construção civil é transformar o conhecimento e inovação em produtividade, melhorando a competitividade do setor”, ressalta Rosane. Isto, segundo ela, passa pela utilização de sistemas industrializados e pré-fabricados, o que gera como benefício a redução da mão de obra no canteiro, melhoria na qualidade do produto, melhor assertividades em orçamentos e cronograma de obra. Dentro deste contexto, destaca-se a construção modular ou off-site, que compreende tecnologia ou sistemas construtivos produzidos em grande parte fora do canteiro de obras, em ambiente industrial, a exemplo do que já é do DNA da indústria automobilística.
Durante a transmissão ao vivo, o vice-presidente do Sinduscon-RS, Roberto Sukster, apresentou detalhes do Fórum de Inovação da Construção Civil criado há 6 anos pelo Sindicato em parceria com o Instituto Performance da Unisinos. Objetiva a disseminação e troca de informações na cadeia produtiva da construção de conceitos de inovação e desempenho. Hoje 22 empresas gaúchas participam. Além de encontros semanais, palestras com especialistas nacionais e internacionais, visitas às obras e viagens técnicas (nacionais e internacionais), realizou ensaios e estudos de desempenho, envolvendo temas como acústica, selagem de incêndio, paredes de concreto e lajes entre outros. Empresas podem manifestar interesse de participação pelo e-mail: diretoria2@sinduscon-rs.com.br. Acesse o site do Fórum da Inovação!