Indústria gaúcha retoma nível de atividade anterior ao da pandemia
Pesquisa da FIERGS revela, porém, que maioria dos setores não escapará de queda em 2020A atividade da indústria gaúcha retornou ao nível anterior ao da pandemia, revela o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) divulgado nessa segunda-feira (18) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Cresceu 1,8%, em novembro, relativamente a outubro de 2020. Foi a sétima taxa positiva seguida, período em que acumulou alta de 33,6%, levando o índice a superar o patamar de fevereiro (+1,5%). “Apesar de positivo, o resultado não significa a recomposição total das perdas. Poucos setores e nenhum dos indicadores escaparão de uma queda em 2020”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Todos os componentes do IDI-RS registraram crescimento em novembro na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal. Destaque para as compras industriais (7,6%) e o faturamento real (3,2%), mas vale ressaltar ainda o sexto avanço seguido do emprego, com 1%. A utilização da capacidade instalada – UCI subiu 0,3 ponto percentual no período, atingindo 81,9% de grau médio.
Na comparação com novembro de 2019, a atividade industrial gaúcha também subiu, 4,7%, desacelerando a queda acumulada em 2020 de -7,6% em outubro para -6,5% em novembro.
Já nos 11 primeiros meses de 2020, todos os seis componentes do IDI-RS caíram se comparados com igual período de 2019: faturamento real (-5,9%), horas trabalhadas na produção (-7,4%), emprego (-2,2%), massa salarial real (-9,5%) e compras Industriais (-8,8%). A UCI recuou 5,3 pontos percentuais, atingindo média do ano de 2020 de 76,9%.
Dos 16 setores pesquisados, 11 registraram queda da atividade industrial no acumulado do ano. Os impactos negativos vieram especialmente dos setores de Veículos automotores, com -19,3%, e Couros e calçados, -20,6%. Em menor intensidade também se destacaram Máquinas e equipamentos (-3,6%) e Químicos e refino de petróleo (-3,8%). Por outro lado, as expansões mais significativas foram de Alimentos, aumento de 4,1%, e Produtos de metal, 5%.
Expectativas
Para os próximos meses, a pesquisa da FIERGS aponta para expectativa positiva, amparada nos juros baixos, na expansão do emprego, na elevada confiança empresarial e nos baixos níveis de estoques. Por outro lado, são incertos os impactos no setor do fim do auxílio emergencial, além de um quadro de desemprego ainda elevado, a incerteza com relação à pandemia, o agravamento da situação fiscal do país e aumentos de preços e a escassez de insumos e matérias-primas.