Manifestações populares demonstram que o Brasil acordou
Porém atos de vandalismo tendem a prejudicar imagem no exterior
Os atos de violência e de vandalismo que vêm ocorrendo durante as manifestações de rua das últimas semanas, ao serem divulgados pela mídia internacional, tendem a prejudicar a imagem do Brasil no mercado externo, segundo disse, no dia 2 de julho, o filósofo e cientista político Denis Rosenfield durante palestra proferida na reunião-almoço do Sinduscon/RS, coordenada pelo presidente da entidade, Paulo Vanzetto Garcia. Acrescentou que isto poderá dificultar a captação de recursos no exterior e também tenderá a redirecionar os investidores para outros países considerados mais seguros. Igualmente, observou, já existem sinais de que o atual quadro está afetando o funcionamento normal da economia brasileira em termos de redução de consumo e poupança. Enfatizou que os vândalos que acorrem às manifestações legítimas nas ruas são instrumentados e não agem espontaneamente, sendo pagos por organizações de esquerda interessadas em criar uma situação de instabilidade institucional. “A situação é muito grave e não se sabe qual será o seu desfecho”, disse Rosenfield ao preconizar um efetivo protagonismo político das organizações empresariais em defesa do espaço que é do seu direito. “Se não fizerem isto outros ocuparão este mesmo espaço”, advertiu.
Cenário Político
Rosenfield definiu as manifestações populares recentes no Brasil, como uma organização autônoma, independente da sociedade civil, que se rebela contra o status quo. Salientou que os movimentos foram desencadeados pelo julgamento do Mensalão, causando surpresa aos governantes, que não souberam dialogar com a sociedade. Ao contrário, na falta de respostas, buscaram como interlocutores os líderes de partidos políticos, que também vêm sendo questionados. Equívoco também foi o caminho sugerido pela presidente Dilma Rousseff de uma Assembleia Constituinte Exclusiva, a ser convocada por plebiscito, para fazer uma reforma política. “Uma constituinte, além de não atender de forma imediata os pleitos dos protestos, seria controlada pelo governo e pelos movimentos sociais de esquerda, o que implicaria na aprovação e manutenção de medidas de interesse hoje colocadas em xeque”.