Mercado de imóveis novos em Porto Alegre tem estoque reduzido, uma vez que as vendas superam lançamentos no 1º quadrimestre de 2025

 Mercado de imóveis novos em Porto Alegre tem estoque reduzido, uma vez que as vendas superam lançamentos no 1º quadrimestre de 2025

O mercado de imóveis novos em Porto Alegre vive um momento de ajuste. De acordo com o Panorama do Mercado Imobiliário, elaborado pelo Sinduscon-RS em parceria com a Alphaplan Inteligência em Pesquisas e a Órulo, o estoque atingiu, no final do quadrimestre de 2025, o segundo menor resultado dos últimos 12 meses (outubro/2024: 4.236), com 4.352 unidades disponíveis, número 14% inferior ao mesmo período do ano passado e 6% a menos que a média mensal dos últimos 12 meses.

Lançamentos
O volume de lançamentos também apresentou uma queda significativa entre janeiro e abril deste ano. Foram lançadas apenas 366 unidades, número bem abaixo das 882 unidades lançadas no mesmo quadrimestre de 2024. Esse é um dos reflexos mais evidentes de um ano em que as incorporadoras e construtoras buscam ajustar suas operações a um cenário macroeconômico desafiador, também, marcado por taxas de juros elevadas, que encarecem o financiamento à produção e restringem o crédito imobiliário. “O mercado está lançando menos, mas são imóveis mais maduros e assertivos. Marcado por uma análise mais estratégica e conservadora, estamos lançando produtos de mais fácil absorção, que estão tendo uma receptividade, tanto do cliente final quanto do investidor”, afirma o presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum.

Vendas
As vendas se mantiveram resilientes. Foram comercializadas 1.501 unidades no primeiro quadrimestre deste ano, exatamente o mesmo volume registrado em igual período de 2024, quando também foram vendidas 1.501 unidades. O Valor Geral de Vendas (VGV), entretanto, teve uma leve retração, passando de R$ 1,57 bilhão no ano passado para R$ 1,45 bilhão no primeiro quadrimestre deste ano. Sob este aspecto, Teitelbaum ressalta outro grande desafio do segmento que é a reposição de custos. “Os incorporadores envidaram esforços para não repassar ao consumidor o aumento dos custos da produção, diminuindo bastante as margens fazendo com que a compra seja também uma oportunidade econômica”, disse. Dados do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), da Abecip, registram que os preços médios dos imóveis no Brasil subiram 11,2% nos 12 meses até fevereiro de 2025, superando a inflação acumulada no período (4,4%). No entanto, Porto Alegre (5,1%) e Brasília (5,0%) foram as únicas capitais que não conseguiram repassar plenamente esses custos ao mercado. “Este fator tem sido determinante nas vendas tanto para quem compra imóveis, seja para moradia, seja para investimento. A janela de oportunidades deve se manter aberta com condições atrativas por mais alguns meses. O repasse proporcional do aumento de preços e a reposição de margens devem iniciar uma consolidação ainda em 2025, promovendo mais sustentabilidade às empresas do setor”, afirma.

Tipologias
No 1º quadrimestre de 2025, 52% das vendas, em unidades, foram concentradas nos studios e apartamentos de um dormitório, com destaques para as vendas nos bairros Centro, Petrópolis e Bom Fim. Em VGV, as vendas se concentraram nos apartamentos de três dormitórios (48%), com a predominância nos bairros Petrópolis, Centro, Boa Vista e Bela Vista, concentrando 43% do VGV vendido.

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