A desoneração da folha deve afetar um milhão de empregos

 A desoneração da folha deve afetar um milhão de empregos

O vice-presidente do Sinduscon-RS, Ricardo Michelon, participou do Tá na Mesa da Federasul no dia 6 de dezembro

A deputada Any Ortiz, relatora do projeto do governo na Câmara Federal que pretende vetar a continuidade da desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores da indústria nacional disse nesta quarta, 06, no Tá na Mesa da Federasul que a decisão vai gerar mais de um milhão de demissões no País. Para a parlamentar, a medida, que deverá ser votada na Câmara até a próxima semana, representa um grande equívoco econômico e político do presidente da República. “É uma irresponsabilidade com as famílias brasileiras e também com os empreendedores. A medida impacta diretamente no custo de vida pois vai aumentar a inflação. Vai contra a histórica defesa do presidente Lula de promover a geração de emprego e renda”, afirmou.

Os impactos sociais no emprego e renda pelo fim da desoneração da folha foi o tema da reunião almoço de hoje que reuniu ainda o conselheiro do Conselho Deliberativo da Abicalçados, José Paulo Boelter, o presidente do Setcergs, Sérgio Gabardo, e o vice-presidente do Sinduscon-RS, Ricardo Michelon. Ao abrir o evento, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, disse que esse é mais um momento difícil para a classe produtiva brasileira que já está tendo que administrar as consequências da aprovação da reforma tributária e de um possível aumento de ICMS no Estado. “A desoneração da folha vai aumentar a carga tributária das empresas que não terão como absorver esses impostos e provocar um efeito cascata de aumentos em bens e serviços que serão sentidos por todos”, explicou.

Em sua manifestação, o presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados, José Paulo Boelter, disse que o setor quer arrecadar mais, mas não através do aumento de alíquotas. “Desejamos aumentar o faturamento e promover o progresso, mas para crescer as empresas precisam de incentivos”, argumentou ao acrescentar que o aumento da carga tributária será necessariamente repassado aos preços. Para o empresário a decisão do governo está equivocada e é antissocial.

Lembrando que o Brasil é um País basicamente rodoviário, o presidente do Setcergs, Sérgio Gabardo, antecipou que o aumento de despesas do setor terá que obrigatoriamente ser repassado e que as consequências dessa elevação serão sentidas em todos os segmentos que utilizam o transporte rodoviário em sua produção.

Já o vice-presidente do Sinduscon-RS, Ricardo Michelon entende que a decisão do governo é um desestímulo ao emprego formal pois afetará diretamente na contratação de funcionários na medida em que provocará uma desaceleração da economia. Ele entende que a decisão vai aumentar a informalidade no país.

A deputada Any Ortiz acredita que será possível obter os votos necessários para a derrubada do veto governamental. Ela defendeu também a prorrogação da desoneração da folha por mais quatro anos enquanto se discute alternativas que possam melhorar o ambiente econômico do país. “Precisamos tentar impedir o impacto negativo que a medida vai gerar sobre o setor produtivo, eliminando não somente vagas de trabalho mas também afetando a competitividade das empresas até porque o impacto não ficará restrito aos setores atingidos mas toda a economia”.( Fonte: Federasul)

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