A estiagem e a guerra interferem negativamente nas revisões das projeções de crescimento econômico no RS e Brasil
A estiagem e o conflito entre Rússia e Ucrânia interferem na rota do crescimento econômico que iniciou em 2021, provocando uma revisão do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no Estado e País para o fechamento de 2022. “A queda na economia gaúcha poderá ser mais acentuada, superior a 4%. A previsão em novembro de 2021 era positiva (1,6%). Para o Brasil ainda se aposta num crescimento, mesmo que tímido (0,6%)”, afirmou o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), André Nunes de Nunes, palestrante em reunião-almoço da Diretoria e Comissões do Sinduscon-RS realizada hoje (21/03).
O desempenho da agropecuária, com maior ênfase, e da indústria de transformação, contribuem fortemente para cenário de recessão. Já os segmentos como da construção civil, de exportação e investimentos (equipamentos e máquinas) podem frear resultados piores, segundo o economista.
Outros fatores também já interferem no processo de desaceleração do crescimento econômico no Brasil como a inflação cada vez mais pressionada por fatores externos e as taxas de juros que devem fechar este ano no patamar entre 12 e 13%. “As eleições ainda não entraram nas análises, o que deve acontecer a partir de abril (prazo para deixar mandato e filiação) e, num segundo momento, em 12 de setembro (último dia para pedido de substituição de candidatura). O cenário será complexo e desafiador para os futuros governantes do País”, salienta Nunes.
O economista finalizou sua apresentação abordando um paradoxo vivenciado no Brasil, que merece uma reflexão maior. “O país vive um paradoxo: as indústrias têm buscado profissionais no mercado e a taxa de desemprego é alta. Porém falta mão de obra qualificada”, concluiu.