Setor da construção debate ações contra aumento dos preços de materiais

 Setor da construção debate ações contra aumento dos preços de materiais

O vice-presidente do Sinduscon-RS, Roberto Sukster, acompanhou o debate  promovido pela  Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no dia 18 de fevereiro, que buscou definir ações contra o aumento dos preços de materiais.

O aumento de preços de materiais na construção civil tem sido um destaque no cálculo do CUB-RS, divulgado sempre no primeiro dia último de cada mês pelo Sinduscon-RS . Nos últimos 12 meses  fechados em janeiro de 2021 onze insumos que representam 30,19% dos custo total do CUB-RS,  tiveram elevação de preços acima de 15%. Destacaram-se no ranking dos aumentos  o Aço (93,29%), Fio (84,73%) , Esquadrias de Alumínio (76,25%) , Esquadrias de ferro (46,34%) , Tubo de PVC (41,21%) e Tubo de Ferro Galvanizado (40,72%).

O Sinduscon-RS desde os primeiros sinais de aumentos, efeitos da pandemia, tem se manifestado por meio da imprensa, preocupado com os efeitos da escassez, demora de entrega e aumentos nos preços de materiais na construção civil, a exemplo do desequilíbrio de contratos, atraso no cronograma de obras e aumento de valores dos imóveis. Sukster ressaltou a importância da participação das empresas gaúchas no trabalho que vem sendo realizado pela COMAT desde o ano passado junto a COOPERCON-RS. Estas empresas podem se unir dentro da cooperativa com o objetivo de juntar volumes de compra e assim ter um maior poder de negociação junto aos fornecedores. Mais informações pelo e-mail diretoria2@sinduscon-rs.com.br .

Durante o ‘Quintas da CBIC’, foi apresentado o resultado do levantamento realizado junto às empresas do setor da construção que comprovam a continuidade do aumento do preço de materiais de construção e o desabastecimento de insumos, bem como as ações que estão sendo tomadas pela entidade sobre os efeitos desses incrementos.

De acordo com o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, Dionyzio Klavdiano, o levantamento realizado, que teve a participação de 376 empresas do setor da construção no período de 12 a 18 de fevereiro, confirma que houve aumento de insumos nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, bem como o desabastecimento e um prazo de entrega requerido pelos fornecedores maior que o habitual.

Como consequência desses aumentos abusivos, o presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, apontou o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de obras públicas e de concessões. Lima Jorge deu ciência de que a CBIC está preparando ferramentas para orientar as empresas nas solicitações de reequilíbrio dos contratos e que marcará reunião específica para tratar do tema, provavelmente na próxima semana.

Dentre elas, a Cartilha da CBIC – O Reequilíbrio Econômico-Financeiro dos Contratos Administrativos de Obras e Serviços de Engenharia em função da variação extraordinária no preço de insumos e as pesquisas encomendadas à Fundação Getulio Vargas e à Fundação Dom Cabral para mostrar a evolução de preços no período de janeiro de 2020 até agora. As pesquisas foram solicitadas em conjunto com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada–Infraestrutura (Sinicon), a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) e a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).

Ações exigem união do setor

Enquete realizada junto aos participantes reforçou a importância da união do setor contra o aumento dos preços dos materiais, que atinge todos os segmentos. “A CBIC está lutando para embasar técnico e juridicamente todas as demandas do setor”, reforçou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Na avaliação do vice-presidente Administrativo da entidade, Eduardo Aroeira, “o aumento de materiais vai prejudicar tanto na recuperação quanto no planejamento de obras. Hoje, tocar obra é um desafio. A única saída é a união para amenizar esse problema gigantesco”.

“O assunto preocupa, porque pode influenciar o ritmo das obras, a questão dos lançamentos imobiliários e a capacidade de compra das famílias. Pode ser uma agulha furando o balão que está puxando a economia (construção civil)”, frisou o presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS), Carlos Henrique de Oliveira Passos.

“Se não tem o insumo, tem ociosidade, improdutividade de pessoal e de equipamento, além de postergar a entrega do empreendimento”, comentou o presidente da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (Coic), Ilso José de Oliveira.

“Em novembro, quando fizemos a coletiva de imprensa, já tínhamos uma preocupação com o aumento dos preços dos materiais de construção e a impressão que a gente tinha era de que no primeiro trimestre deste ano já estaria equilibrado, mas ainda estamos no olho do furacão”, afirmou o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII), Celso Petrucci.

Em breve novidades sobre o assunto. Acompanhe o tema.

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